Por Firmino Júlio de Oliveira Filho
A sensação de insegurança tem sido uma constante na vida dos cidadãos, seja no interior ou na capital. Mas segurança para quem? Essa é a pergunta que ecoa diante de um cenário em que a criminalidade se expande e as pessoas que deveriam ser protegidas se tornam vulneráveis. O tráfico de drogas, o crime organizado, os assaltos e os homicídios são realidades diárias que evidenciam um problema grave: não importa a hora ou o lugar, ninguém está realmente seguro.
A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) é um retrato fiel dessa crise. Durante anos, a instituição foi alvo de ações criminosas esporádicas, mas o respeito à academia ainda impunha certos limites. Hoje, esse cenário mudou. Circundada por bairros de alto risco, como Engomadeira, Cabula, Narandiba e Tancredo Neves, a UNEB tornou-se um alvo fácil para a violência.
A fragilidade da segurança no campus se deve a diversos fatores: a falta de uma leitura realista da situação por parte da gestão, a atuação de empresas de segurança sem preparo adequado e a adoção de medidas padronizadas que ignoram a realidade local. Como consequência, roubos, invasões e até mortes passaram a fazer parte da rotina acadêmica. Trocas de tiros frequentes transformam a universidade em uma zona de risco permanente.
Diante desse quadro alarmante, algumas questões precisam ser levantadas: até quando a comunidade universitária será alvo da violência urbana? Que tipo de segurança é necessária para garantir a integridade de estudantes, professores e técnicos? A construção de um muro será suficiente ou é preciso repensar estratégias mais eficazes?
A insegurança dentro da universidade reflete um problema ainda maior: a fragilidade da segurança pública como um todo. A falta de ações concretas e eficazes mantém a comunidade acadêmica refém do medo. E, no fim das contas, a pergunta permanece: segurança para quem?