O SINTEST, por meio de sua diretoria geral, vem a público repudiar veementemente as inaceitáveis falas proferidas pelo desembargador Luís César de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), em sessão que analisava a solicitação para derrubar a medida protetiva que proíbe um professor de se aproximar de uma aluna de 12 anos, na última quarta-feira, dia 3.
As declarações “as mulheres estão loucas atrás dos homens”, “agora a coisa chegou num ponto hoje em dia, entendeu? Que as mulheres é que estão assediando, sabe?” e “Não sei se Vossa Excelência sabe, professores de faculdade, sabe, são assediados […] Quando saem da faculdade, deixam um monte de ‘viúvas’, a gente vê, cansado de ver isso e sabe disso, sabe?” ditas pelo desembargador afrontam diretamente a dignidade de todas as mulheres e ignoram a realidade constatada pela sociedade brasileira.
No Brasil, enfrentamos um paradoxo em que autoridades executivas, parlamentares ou jurídicas, que deveriam discernir os enormes problemas da sociedade, impõem suas visões individualizadas, carregadas de machismo, sexismo e misoginia. Isso faz com que vítimas de assédio, comprovadas estatisticamente, sejam vistas como assediadoras. A justiça brasileira, que deveria ser a última instância de proteção legal, ao acobertar tais atitudes ilícitas, desencoraja a sociedade na busca por seus direitos irrevogáveis.
É papel desta entidade sindical defender os direitos da categoria e se posicionar contra atos que ameaçam os ideais democráticos, aos quais jamais devemos renunciar. Isso inclui a defesa do respeito e da dignidade social de todos, como seres humanos, em especial o combate a todas as formas de violência contra meninas e mulheres.
Diretoria Geral SINTEST/BA UNEB
