Por Firmino Júlio
Historicamente, ano após ano, as entidades sindicais lutam incessantemente para discutir sobre suas demandas, por meio de uma escuta atenta, nas mesas de negociação, que são ambientes típicos para encontros entre partes distintas, como patrões ou governo.
Governos que foram constituídos a partir de uma forte identidade com o ambiente sindical frequentemente se colocam em oposição sistemática à construção de mesas de negociação, protelando ao máximo o uso de instrumentos criados e validados pelos sindicalistas do passado. Esses gestores involutivos, muitas vezes, são protegidos por conceitos estratégicos inadequados, mas oportunos, e com conteúdos nitidamente carregados de negação.
Demandas históricas se arrastam por anos, aguardando o simples “sim”, ausente de retroatividade, resultando no descumprimento de acordos, promessas e reuniões anteriores. Intransigência, ignorância, agressividade e descompostura acabam sendo o reflexo do modelo habitual aprovado pelos gestores e adotado pelas entidades sindicais.
O dilema que se coloca é a escolha entre desconstruir a perversa orquestra negativista e adotar novos modelos democráticos ou continuar seguindo referenciais retrógrados, marcados por aspectos burocráticos que, sem cerimônia, desconsideram o pacto social amplamente divulgado durante as campanhas eleitorais e frequentemente negligenciado depois disso
Municípios, Estados e União se aproximam de momentos de profunda reflexão institucional, extremamente condicionados pelo voto do eleitor. Sindicatos e a força civil pública também são convocados a refletir sobre a necessidade de mudança de orientação navegadora, destacando a insatisfação histórica e o clima de conflitos persistentes.