Por Firmino Júlio

 

No final dos anos 1980, o Brasil vivia o declínio político, social e financeiro resultante da ideologia militar iniciada em 1964. Nesse contexto, a organização dos trabalhadores deu um grande salto com a promulgação da Constituição de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, que transformou associações em entidades sindicais, alinhando os interesses e expectativas dos trabalhadores brasileiros. O país começava a respirar novos ares democráticos, abrindo espaço para a pluralidade partidária e outras mudanças no cenário político. A presença dos trabalhadores se tornava cada vez mais evidente, tanto qualitativa quanto quantitativamente, nas portas das fábricas, escolas, pontos de ônibus, praças e órgãos públicos.

Após os anos 90, apesar dos desafios impostos por governos liberais que dificultavam a conjuntura sindical, os sindicatos se identificavam claramente com as propostas e lutas, e continuaram a ser instituições respeitadas pela sociedade brasileira. Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, o maior nome sindical brasileiro, muitas lideranças sindicais se aventuraram nas carreiras parlamentares, reconfigurando a representatividade no cenário político. No entanto, a partir de 2016, com a saída abrupta da presidente Dilma Rousseff, houve uma retomada da direita tanto nas bases parlamentares quanto nos executivos. Paralelamente, iniciou-se uma grande investida contra os sindicatos e associações representativas dos trabalhadores, que passaram a enfrentar um apedrejamento sistemático através das mídias sociais.

Atualmente, enfrentamos o declínio das filiações sindicais, o fechamento de sindicatos e a eleição de políticos de direita contrários à luta e história do movimento sindical. Reforçar a história, valorizar quem contribuiu para ela, resgatar a autoestima e encontrar forças para combater a terceirização e a destruição de órgãos e serviços públicos pode parecer uma tarefa dos sindicalistas dos anos 80, mas é, na verdade, um desafio do século XXI. Por isso, convocamos todas as servidoras e servidores a construir o sindicato “Versão XXI” ou a reconstruir um novo modelo, tão útil quanto o anterior. Vamos lutar por um novo sindicalismo!

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